Sem sua 'muralha' contra revolta do elenco, Vasco teme debandada
Com saída de Fernando Prass, que era um dos apaziguadores da crise em São Januário, diretoria fica na torcida para que atletas não sigam o caminho
Fernando Prass era uma espécie de escudo da diretoria do Vasco. No momento em que a situação financeira se complicava, o goleiro era um dos que entravam no gabinete do presidente Roberto Dinamite para reclamar, ouvir quais eram as perspectivas e transmitir aos companheiros. Constantemente recebia dos diretores o pedido para segurar os ânimos do elenco, cada vez mais insatisfeito com os atrasos de salários. Mas foi exatamente essa “muralha” que desmoronou ao perder a paciência e acionar o clube na Justiça para conseguir rapidamente a liberação para acertar a transferência para o Palmeiras. A atitude do goleiro causou apreensão em São Januário. Existe o temor de que, motivados pela atitude de um de seus líderes, outros sigam os passos e criem uma debandada.
Mesmo assim, René Simões, se mostra confiante em não ver mais jogadores deixarem o Vasco. Segundo o diretor executivo, o clube vai adotar uma postura de responsabilidade em relação aos pagamentos para que não haja mais dívidas com atletas e funcionários.
- Acho que não vai acontecer. Estamos tomando todos os cuidados em relação a isso. Vamos tentar manter todos os jogadores que possam querer sair. Além disso, vamos adotar uma política de que haja um teto salarial e de pagar o que for acordado. Esse assunto foi fruto de reunião na última segunda-feira do comitê reponsável por gerir a dívida do clube - explicou.
- Acho que não vai acontecer. Estamos tomando todos os cuidados em relação a isso. Vamos tentar manter todos os jogadores que possam querer sair. Além disso, vamos adotar uma política de que haja um teto salarial e de pagar o que for acordado. Esse assunto foi fruto de reunião na última segunda-feira do comitê reponsável por gerir a dívida do clube - explicou.
A diretoria contava com Fernando Prass como um importante aliado para acalmar os ânimos do elenco do Vasco. No entanto, o goleiro foi um dos que demonstraram de forma mais clara, mesmo que internamente, a insatisfação com os atrasos de pagamento. Uma proposta do Palmeiras balançou o jogador, que inicialmente optou por ficar em São Januário. Mas o aumento dos valores somado à falta de paciência o fez decidir deixar o clube que defendeu nas últimas quatro temporadas.
Na última sexta, Fernando Prass foi um dos 13 contemplados pela diretoria com salários. No entanto, o pagamento efetuado sequer chegou a um mês do que tinha a receber. Informações davam conta de que o Vasco não efetuava o depósito de FGTS do goleiro há um ano e meio. Portanto, foram dadas várias brechas para a ação judicial.
A atitude foi tomada na última sexta, e no dia seguinte Fernando Prass foi à casa de René Simões. Comunicou que aceitara a proposta do Palmeiras e que estava se desligando do Vasco, embora tivesse contrato até o fim de 2013. O diretor executivo não se opôs, mas contava com uma rescisão amigável para que o clube pudesse barganhar reforços provenientes do Palestra Itália.